domingo, 28 de dezembro de 2014

Flauta















Toca, vento, a flauta de mamona,
e atiça essa dança
em quem dorme primeiro
na festa de terreiro,
com a cantiga de Luanda.
Caça, vento, cada furo
na bagana de uma chave
nessa cana que invade o escuro
e liberta a ciranda
na sonora melodia sem demora
que preenche o ambiente
com o tônus de uma ária
deste colmo de bambu
e de corpo braquiária.
Bate, vento, cem por cento
bem lá dentro deste caule
e espalha a sonora
que dormia lá no balde
a espera de um momento
que tornasse valiosa
a estrela escondida
no borralho dessa vida
congelada de demora.
Manda, vento, esse canto
onde a bula que atua
lá na rua em prol do esquecimento,
seja sucumbida nesse movimento
e consiga  audiência
numa onda de freqüência
tão precisa que até
quando improvisa
sempre faça encantamento.



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